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domingo, 30 de outubro de 2011

HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NOS ESTADOS UNIDOS - parte2

           Prevenção de Acidentes por volta de 1900


O que faziam as companhias, se é que faziam alguma coisa, para prevenir acidentes naquela época? Francamente, muito poucas companhias faziam alguma coisa. O setor industrial de mineração de carvão era uma exceção onde se iniciou o treinamento de primeiros socorros organizados e prevenção de acidentes em decorrência dos desastres nas minas que matavam e aleijavam muitos trabalhadores.

É importante compreender como eram as condições de trabalho, antes que tivessem início o movimento de segurança nos Estados Unidos, para poder avaliar o que foi realizado em épocas mais recentes. Portanto, vejamos rapidamente o que as companhias não faziam.

A maioria das companhias não tinha nem programa de segurança organizado nem pessoal de segurança trabalhando em tempo integral, naqueles dias. Somente aqui e ali havia alguém com responsabilidade em segurança trabalhando em tempo parcial. Considerava-se que a segurança era uma questão de sorte, não uma parte do trabalho de alguém.

As condições de trabalho eram extremamente perigosas, pelos padrões de hoje. As peças móveis da maquinaria raramente eram protegidas. Os condutores elétricos comumente ficavam expostos ao contacto acidental. A iluminação era sombria e, muitas vezes mínima. Gases tóxicos e vapores eram subprodutos comuns das operações industriais. Ventilação contra calor e umidade não existia. As áreas de trabalho eram perigosamente congestionadas. A manutenção de limpeza da fábrica, em geral, negligente. Sanitários sem a mínima condição de higiene. Ferramentas e equipamentos eram usados até quebrar. Todas essas condições perigosas eram comuns e aceitas como normais.


Havia pouca ou nenhuma ênfase sobre treinamento de segurança no trabalho. “Mantenha seus olhos e ouvidos abertos se não quiser morrer. Observe e faça o que Harry faz”. Esse era o tanto de instrução de segurança que a maioria dos novos empregados recebia. Todos assumiam que era responsabilidade do empregado descobrir como trabalhar em segurança. Quando recebiam instruções, estas geralmente tratavam de como aprontar o trabalho, e não como faze-lo em segurança. As companhias não tinham regulamentos e normas de segurança, nem havia distribuição de literatura sobre o assunto. Jamais ocorreu aos supervisores fazer “conferências sobre segurança”. Além do mais, muitos operários industriais eram imigrantes que mal entendiam inglês.

Equipamento de proteção individual, como sapatos, capacetes e óculos de segurança ou não existiam ou não eram comumente usados, ao redor de 1900. As companhias não distribuíam qualquer tipo de equipamento de proteção, a não ser que fosse absolutamente imprescindível à realização do trabalho.

Técnicas modernas de prevenção de acidentes, como análise de segurança do trabalho, inspeções, e análise de segurança do trabalho, inspeções, e análise de causa de acidente, não existiam.

Os acidentes raramente eram investigados de qualquer forma organizada. A maior parte das companhias não tinha a menor idéia do número de acidentes com ferimentos graves ocorridos em um dado ano, e não via razão para coletar tais dados.


As companhias não tinham obrigação legal de ajudar empregados ou suas famílias quando um funcionário era ferido ou morto no trabalho. Não havia leis de Acidente de Trabalho na época. Os empregados que se acidentavam podiam processar judicialmente o empregador, mas poucos podiam arcar com uma ação legal, e suas chances de ganhá-la eram mínimas.

Resumindo, muito pouco se fazia para evitar acidentes industriais naquela época. Em parte, devido às atitudes e crenças predominantes em parte, porque não existiam quaisquer penalidades onerosas ou razões legais que obrigassem as empresas a se interessarem pela prevenção de acidentes.

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